Todo mundo sabe que começar uma frase, um argumento, um discurso por "então..." não é nada animador, que nada promissor vem daí. Pois é. Esse post aqui não vai fugir à regra. Não tenho absolutamente nada a acrescentar sobre o filme. Até porque esse é um filme dificílimo de entender, e somente poucos o entendem e gostam. Infelizmente, não faço parte dessa minoria, digamos, felizarda. Deixo a árdua tarefa de ficar horas discutindo sobre política e o sistema para quem gosta - ou para quem gosta de parecer que gosta.
Alegórico de corpo e alma, Terra em transe representa o Brasil pré-ditadura, e cada um de seus personagens corresponde a um dos personagens reais da época: o idealista, o político ambicioso, o todo-poderoso, o povo excluído. Eldorado é o país tropical assolado pela pobreza e dirigido por corruptos milionários etc.. Impossível disassociá-lo de seu tempo, onde todos eram engajados e lutavam contra a repressão (não esquecer que o filme foi rodado em plena ditadura, e foi inclusive censurado e tachdo de "subversivo"). Não que eu esteja dizendo que o filme é datado, muito pelo contrário: é até ridículo ver que o cenário político atual é tão parecido com o de meio século atrás.
Minha impressão do filme? Chato, barulhento, confuso, mal editado. Mas interessante. Atuações soberbas de Paulo Autran, Pauolo Gracindo e Flávio Miggliaccio, este em participação curtíssima, mas impactante. Enfim (outro recurso que empobrece o discurso, o bendito "enfim"), o tipo de filme que você não gosta de assistir, mas que é imprescindível que veja. Talvez não seja a melhor opção para um feriadão ensolarado, mas vale a reflexão.
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