Eu confesso: tive que vencer a preguiça para rever O Encouraçado Potemkin. Não me levem a mal, é que não este não é exatamente o tipo de filme que gosto de ver diversas vezes. Claro que consigo reconhecer as qualidades da obra, mas... ainda assim, acho que só o fiz mesmo por causa do blog, já aos 30 do segundo tempo. Ah, vai, pra um filme mudo, russo, de 1925, até que não fui tão preconceituosa assim.
Lembro de ter visto o longa pela primeira vez na escola. Minha professora de História tinha essa ótima mania de levar filmes para as aulas, sempre relacionadas ao tema em questão. E este clássico foi o escolhido quando o assunto era Revolução Russa. Já não lembrava muito da estrutura, entretanto. A primeira coisa que me vinha à mente era aquela horrenda carne podre servida aos marinheiros, o que deu origem a todo o conflito da história de Eisenstein. Nem cachorros merecem ser tratados dessa maneira, imagina a que nível de degradação aquelas pessoas eram submetidas.
Isso sem falar nas sequências do massacre, que ficaram eternizadas no cinema, e com razão. A força dramática das cenas é impressionante. Também chama a atenção o número de atores e figurantes. Deve ter dado um trabalhão coordenar todo mundo e conseguir um resultado daqueles. E vocês já devem saber que o filme de Eisenstein, um dos cineastas soviéticos mais importantes de todos os tempos, é conhecido pela inovadora técnica da montagem, um marco cinematográfico na época. Mas como cinema não é só técnica, o que ficou pra mim foi sua mensagem política. Podem chamar de panfletário, mas se está contra barbaridades como as mostradas no filme, eu apoio.
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