"Familia é importante, são as pesoas que tem que gostar de você, custe o que custar!"
Ouvi a afirmativa em uma série de TV certa vez. Pensei que talvez pudese definir a relação dos Tenenbaums, mas a coisa é bem mais complexa que isso.
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Sorriso Colgate! |
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Crianças, papai vai embora! |
Roy Tenenbaum (Gene Hackman) se sente ameaçado quando sua ex-esposa aceita a corte de um pretendente. Em um esforço para manter seu território resolve reconquistar a família que negligenciou por anos. Sua estratégia de aproximação? Fingir que está morrendo.
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Crianças, papai vai voltar! |
Um pai malandro não bnovidade no relacionamento familiar. Roy provavelmente é o maus "comum" dos Tenenbaums. Sua esposa Etheline (Anjelica Huston) antes completamente devotada a educação dos filhos, abandonou o posto de "do lar" quando os rebentos deixaram o ninho e se tornou arqueóloga (!). O filho Chas (Ben Stiller) gênio das finanças na infância se tornou um viúvo paranóico, obcecado pela segurança dos filhos. Outro filho, Richie (Luke Wilson), um tenista aposentado que não consegue superar uma amor impossível. E a filha Margot, adotiva - o pai sempre fizera questão de esclarecer - dramaturga na adolescência, não escreve a anos. Tem uma personalidade discreta e inespressiva.
E claro que toda família tem seus "agregados". Esta incluem o marido de Margot (Bill Murray), Henry Sherman (Danny Glover), contador de Ethel. E Eli Cash (Owwn Wilson), vizinho e amigo de Richie, que desde a infância sempre quis ser um Tenenbaum. Além dos filhos/clones de Chas e até um Beagle. Todos com suas idiossincrasias, complementando a mistura que é a peculiar vida de uma família numerosa.
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Liquidação: 3 por 1! |
Os Tenenbaums realmente se gostam, custe o que custar. Entretanto é apenas quando o patriarca, primeiro a abandonar o barco no passado, percebe isso é que os demais integrantes dessa desajustada familia começam a "se ajustar". É esse ajuste que acompanhamos no longa de Wes Anderson, de forma criativa, curiosa, estranha e em alguns momentos bizarra (dedo de madeira é!).
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Retrato de família (cadê o Owen Wilson!) |
O curioso é que apesar de ser exagerado, e cheio de personagens caricatos ao extremo, o longa é incrívelmente verdadeiro. Trata o relacionamento familiar com uma sinceridade e delicadeza únicas. Difícil não se identificar com eles. E daí que ninguém se veste, e aos filhos, sempre com a mesma roupa ou mantém o visual completo de quando tinha doze anos. Essas pessoas, como nós, tem medo da perda, saudade do passado (mesmo que ruim, sempre pensamos "bons tempos"), e alguns probleminhas com as pessoas que amamos.
Família é assim! Agente não escolhe, desentendimentos são a ordem da casa e mesmo assim "tamu junto!" para os bons e maus momentos. Os Exentricos Tenenbaums pode até não ser um filme "família", mas é o melhor retrato familiar cinematográfico que já vi.
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