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Viver a vida, sem pressa!

Um grande filme! Figurativa e literalmente!
Não me levem a mal, mas porque filmes antigos tendiam a ser tão longos? As pessoas não tinham afazeres antigamente? Não que isso seja um defeito. Pelo contrário, a narrativa nada apressada, que engloba vários anos na vida de uma personage, família, ou lugar é fascinante. Mas com os dias corridos de hoje, quem tem tempo para mais de três horas de filme. Culpo sim a vida corrida do século XXI por não conhecermos obras primas como Assim caminha a humanidade.

Leslie (Liz Taylor) leva dois dias inteiros para conquistar Jordan  "Bick" Bennedict (Rock Hudson). Após o inesperado casamento, vão para a nada modesta fazenda do noivo. Nascido em berço de ouro o rapaz tem apenas 598 acres no Texas. Uma gigantesca fazenda de gado chamada Reata. Começa aí, a batalha das diferenças. Saindo dos verdes gramados do leste, de cidadãos livres de pensamentos, para a paisagem bege e deserta da fazenda, onde moram a tradição, o orgulho e o preconceito.

No Texas, empregados são tratados a mão de ferro. Imigrantes e pobres não devem ser mimados! Palavras de Jordan, brilhantemente interpretado por Hudson a ponto de esquecermos completamente o galã que luta contra o preconceito de idade, a quem ele deu vida em Tudo que o céu permite. Gerando estranhesa da parte de Leslie, e conflito quando esta tenta tratar todos como iguais.

Mais durona que o irmão Luz (Mercedes McCambrigde), rege com rédeas curtas, e não fica nada satisfeita com a chegada da forasteira. Acompanhamos a primeira luta por território dentro da mansão Leslie tenta deixar de ser uma hóspede enquanto Luz não quer perder seu lugar.

O que impressiona mais: o charme da criança, ou
o vasto lá atrás que faz um casarão ficar pequenininho?
Quando Luz morre acidentalmente, deixa uma minúscula parte de Reata para Jett Rink (James Dean - puro chame, como nunca vi nada dele antes?), empregado abusado da fazenda e interessado pela patroa. Metido a ponto de recusar uma fortuna pelo pequeno pedaço, buscando trilhar seu próprio caminho enquanto irrita o ex-patrão. Nisso ele se sai muito bem. Encontra petróleo naquele pedacinho de terra, e esfrega sua riqueza na cara de Jordan assim que possível. 

O tempo passa, o casamento sofre um pouco, mas o amor de Leslie e Jordan é sempre mais forte. Simplesmente incríveis as inúmeras cenas, que nascem de uma briga e culminam em um romance.  Mais tempo se passa, as crianças crescem e resolvem trilhar seu próprio caminho. Aí é hora de os pais aprenderem com os filhos, rever conceitos, quebrar tabus e admitir que podem apenas cria-los, não viver por eles. 

Tudo é questionado. Desde a tradição, que o filho mais velho insiste em quebrar, preferindo ser médico a comandar a fazenda. E o preconceito, tema recorrente e muito bem abordado, quando o rapaz casa-se com uma imigrante. Tudo culminado no clímax, um confronto entre os inimigos declarados, Jett e Brick. Enquanto um enriqueceu seus bolsos, terminado um amargurado e solitário pobre homem rico. O outro cresceu como, e através de, sua família, as pessoas que amam o ensinaram a ser melhor.

Então é assim que caminha a humanidade? Com passos de formiga e sem vontade (desculpe, não resisti!) O longa é lento sim, mas enfadonho nunca! A longa passagem de tempo, abordada sem pressa nos oferece um perspectiva ímpar da vida. A evolução das pessoas, do mundo a sua volta (o longa se passa na primeira metáde do século XX, mudanças pipocam em todo canto). Como não gostar de ver a vida por este ângulo?
A vida em Reata não é adoravél?
Antes de terminar uma questão não sai de minha cabeça. Se odiavam tanto os "imigrantes" porque os Bennedict nomearam duas de suas filhas de Luz, um nome latino? Será um escorregão no roteiro? Uma mensagem sutil, quase subliminar? Preciso pensar mais sobre o assunto!

4 comentários:

Mary disse...

agradeço o convite para participar do bolão do oscar, mas este ano devido à vários problemas estou BEM por fora de todos os filmes, assim qualquer aposta seria totalmente chute.. mas virei aqui conferir o resultado..

"Viver a vida, sem pressa", adoro esta lentidão dos filmes antigos, a pressa dos filmes atuais não me atrai da mesma maneira.. ótimo resumo e comentários de "Assim caminha a humanidade"..

bjos mil e ótimo final de semana..

Fabiane Bastos disse...

Na verdade Mary, valia chute, tropeção e tudo mais! A graça estar em dar pitacos, mas tudo bem! Apoio aos outros competidores já vale como participação, hehehe!

Pena que hoje em dia estamos longe de poder "viver a vida, sem pressa", só resta pegar o gostinho em um filme desses, entre uma correria e outra.

Obrigada pela visita!
E volte sempre!
Bjs

Anônimo disse...

Antigamente os filmes eram bem longos até por que as pessoas deixavam tudo para irem ao cinema.Não havia televisão, e aliás, esse foi o grande fator dos filmes ficarem mais curtos e mais digeríveis, a concorrência com os programas televisivos(pelo menos, eu acho)..Quanto ao personagem Luz(ser um nome latino), também vai muito da influência do próprio meio.Ali foi um área espanhol, pertenceu à Espanha e foi "tomada" pelo EUA dos mexicanos.Provavelmente ficaram algumas permanências, seja no vestuário, nas comidas ou nos nomes

Fabiane Bastos disse...

Observações interessantes!

Obrigada pela visita, e volte sempre!

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