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Quando o amor acontece...

Um filme de romance sem um único beijo na boca? Sim, é possível.

Assisitir a um filme desses no exato dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher é mais do que uma merecida homenagem a todas nós. Sim, o nosso dia já passou, mas nem por isso foi esquecido. E depois de um carnaval tranquilo e chuvoso, nada melhor que um filme gostoso pra relaxar.

Devo dizer que Razão e Sensibilidade (Sense and sensibility, 1995) é um dos meus filmes românticos favoritos. Não tive a oportunidade de ler o livro, ainda, mas com certeza vou ler. A história é tipicamente romântica, uma moça pobre se apaixona por uma rapaz rico e a família dele é contra a união dos dois. Mas resumir a isso é deixar passar muitos pequenos e deliciosos detalhes.

As irmãs Dashwood, Elinor (Emma Thompson, brilhante) e Marianne (Kate Winslet, pré-Titanic) são muito unidas e, ao mesmo tempo, muito diferentes entre si. Após a morte do pai, a família toda (elas, mais a mãe e a irmã mais nova) tem que abandonar a confortável vida na metrópole para aceitar um aluguel mais barato no campo - não podiam gastar mais do que o que o meio-irmão (filho legítimo de seu pai) estava disposto a oferecer. Além disso, as chances de conseguirem um bom casamento praticamente desapareceram agora que tinham perdido o dote. E casamentos, naquela época, eram contratos financeiro, não uma simples questão de gostar do seu cônjuge. Deixar a casa antiga foi difícil para todas, mas mais ainda para Elinor, que havia se apaixonado por Edward Ferrars (Hugh Grant, o inglês com o sotaque mais lindo do mundo), irmão mais velho de sua cunhada - uma mulher mesquinha, interesseira, que se apossou da casa da família Dashwood antes mesmo que elas tivessem saído de lá.

Não se deixe enganar por esses sorrisos afáveis... Eles vão controlar a sua vida!

Saíram de uma vida tranquila para uma cidadezinha do interior muito bonita, mas longe de tudo - e muito perto dos vizinhos fofoqueiros, que se achavam no direito de saber tudo sobre a vida das recém-chegadas, assim como da vida de qualquer um. Lá, além de seu primo que oferecera a nova casa e a vizinha mais faladeira de todo o Reino Unido, conheceram também o elegante coronel Brandon (Alan Rickman, sempre perfeito) e o jovem e galante senhor Willoughby (Greg Wise), que aparece numa tarde chuvosa e salva Marianne - com o pé torcido e debaixo de forte chuva, não conseguiria chegar em casa sem ajuda.


Elinor e Marianne: amor com cautela, amor com paixão

Então temos duas Dashwood apaixonadas: Elinor, apaixonada por Edward (que ficou em Londres, a mando da irmã má) e Marianne, apaixonada por Willoughby, seu príncipe encantado. Enquanto uma sofre por não ter a presença de seu amado por perto, a outra parece não caber em si de tanta felicidade: passa tardes inteiras conversando e passeando de carruagem pela cidadezinha ao lado do amado. Elinor mantém suas emoções totalmente controladas, enquanto Marianne não se priva de expressá-las. Mas como todo bom romance tem que ter um triângulo amoroso, essa história tem uma complicação para cada uma. Elinor descobre que seu amado está noivo há mais de 5 anos quando conhece a srta. Sleeve (Imogen Stubbs) - a própria noiva apaixonada. E Marianne nem liga para o carinho que o coronel Brandon lhe dispensa.

Então acontece o de sempre: reviravoltas na história. Elinor, que já não tinha mais esperanças com Edward, descobre que ele está livre - sua noiva havia "transferido os seus sentimentos " para seu irmão mais novo, Robert. E Marianne fora abandonada por Willoughby, porque este decidira se casar com uam moça rica em vez de lutar pelo seu amor. Finalmente, ela aceita a atenção dada pelo coronel Brandon e eles se casam.


Não pude deixar de notar: nem no filme o "doutor House" dá um sorriso sincero

Não é um romance qualquer, um "água-com-açúcar" feito para que mulheres fragilizadas chorem rios de lágrimas com as separações ou com o final feliz. É quase um estudo do comportamento as mulheres na sociedade inglesa do século XIX. E um exemplo para nós também. Primeiro, para que fiquemos felizes com as conquistas da mulher ao longo do tempo. Segundo, para que não tenhamos medo de amar, independente da forma como demosntramos o sentimento porque não há uma forma certa de amar. Qualquer adolescente se identificaria com Marianne, sempre apaixonada, vivaz, acreditando em príncipes encantados até que eles virem sapos. E Elinor é apaixonada sim, mas com cautela - mas nem por isso deixa de se ferir, nem foge de ser feliz quando a felicidade finalmente chega. Não consigo evitar as lágrimas ao ver a reação de Elinor quando Edward lhe conta que não está casado com Lucy.

Uma história agradável, romântica até o último segundo, uma fotografia lindíssima, diálogos caprichados (que diferença faz um bom texto, né?), interpretações impecáveis e gostosas surpresas. Para mim, foi impossível não rir vendo alguns atores em cena e lembrando de seus mais famosos personagens e, de certa forma, linkando os filmes. Falando de filmes ingleses, é óbvio que veremos muitos atores que atuaram em Harry Potter - portanto nada mais normal que ver o professor Snape (Rickman) e a professora Trelawney (Thompson) tomando uma xícara de chá juntos, certo? Mas quando você iria imaginar que o doutor House (Hugh Laurie) iria se casar com Dolores Umbrigde, a diretora mais odiada de Hogwarts (Imelda Staunton)? E que a espevitada mãe de Bridget Jones (Gemma Jones) seria mãe também da mocinha mais romântica dos últimos tempos, a Rose de Titanic (Wisnlet). Inevitável fazer essas comparações, assim como é inevitável se apaixonar por essa versão do romance de Jane Austin.

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