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A maneira correta de começar um épico

A sociedade falhou, mas o filme...
A primeira parte de O Senhor do Anéis tem uma tarefa dificil: apresentar uma extensa mitologia e gama de personagens ao público não iniciado, sem ser enfadonho ou infiel com os dedicados fãs da obra de J.R.R. Tolkien. Como se fosse pouco, lá em 2001 (caramba já faz uma década!) a maioria das pessoas não entedia (e muitas ainda não entendem), que filme é uma coisa e livro é outra.

Para facilitar, Jackson começa esclarecendo detalhes da história da Terra Média que não necessariamente fazem parte deste livro em particular. É assim que logo em seus primeiros minutos A Sociedade do Anel se mostra uma adaptação eficiente e atenta aos detalhes. Sejam narrativos ou visuais, afinal não apenas a escolha da variedade natural da Nova Zelândia, como toda direção de arte do filme foram mais que acertadas.

Então acompanhamos Bilbo comemorar centoeonzenta anos, Frodo receber o Anel como herança e consequentemente aceitar o fardo de se tornar seu portador. A ascensão dos planos do lado negro da força. Amigos conquistados e perdidos pelo caminho, pessoas tentadas pelo objeto de vontade própria. E claro, o final em aberto. Lembro de ver muitos desavisados deixar os cinemas inconformados com esta última. Só não tenho certeza se estavam chateados pela ausência de final, ou por ter que deixar tão rico e recém descoberto mundo tão cedo (apenas 3hs!).

Com ritmo próprio e ênfase nas passagens e nos personagens que realmente fazem diferença para a história, (o que inclui um incontável número de closes em câmera lenta, talvez não apenas para lembrarmos suas feições dentre as centenas de habitantes daquele vastos mundo, ou entendermos o que estão sentindo, mas para nos sentirmos bem próximos de tudo), o filme exclui algumas passagens, faz algumas adaptações sem receios de represálias. E por isso é eficiente.

Mencionei que tem muita ação, passagens contemplativas, dramáticas, pitadas de humor e um pouco de romance? É claro, o dilema de Frodo e o anel é o mais evidente. Aqui já é possível perceber a ambiguidade de sua personalidade afetada pelo anel. Ele aceitou leva-lo à Mordor por que tem bom coração, ou porque já estava preso a necessidade de ter a jóia por perto. A pergunta se repete quando a sociedade é desfeita. Até que ponto ele queria proteger os outros da influência do "precioso", e até que ponto queria evitar perdê-lo? É possível ver tudo isso nos enormes olhos azuis de Elijah Wood.

E a total perdição de Boromir, o mais fraco dos homens, e seu posterior arrependimento ganharam uma ótima atuação que Sean Bean só repetiria em outro produto de época, Guerra dos Tronos. O que me lembra que esse cara precisa parar de morrer cedo em narrativas medievais. Mas o destaque fica com Gandalf, nosso sábio e confiável guia. A segurança de Ian McKellen no papel torna sua perda ainda mais devastadora. - E agora? Quem vai guia-los? - Por sorte a condição não é permanente.

O filme aposta em um elenco de desconhecidos, ou "não estrelas", mas extremamente competentes. O que evita que o astro supere as personagens, e ainda relacionou para sempre suas personas aos seres da terra média (sempre chamo de Vigo "Passolargo" Mortensen). Além é claro de lançar quase todos ao estrelato, e trazer de volta alguns atores meio esquecidos, ao menos por aqui, como o Goonie Sean Astin e a estrelinha mirim Elijah Wood.

Os efeitos especiais colocaram a WETA em um mapa antes dominado pela IML de George Lucas. E a trilha sonora é tão eficiente em nos transportar para aquele mundo que mesmo 10 anos depois, basta ouvir algumas notas para viajar instantanemente para a Terra Média.

Sim! É difícil encontrar defeitos em A Sociedade do Anel. Especialmente nesta edição estendida, que confere mais tempo, sem no entanto ser em excesso, ao adorado Bilbo. Logo, a certa altura resolvi admitir: Peter Jackson planejou tudo muito bem. Ou teve tanta sorte quanto dois hobbits perdidos em Mordor.

A ação!

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