A noviça rebelde (The sound of music, 1965) não seria um clássico se não fosse por Julie Andrews. Carismática, ótima cantora, jovial até o último fio de cabelo, ela é a alma do filme. Nem as crianças são fofas o suficiente para diminuir o brilho de Andrews. A família Von Trapp nunca mais foi a mesma depois de Maria. Nem a gente.
A família reunida, ouvindo o papi Von Trapp cantando a linda Edelweiss |
Maria (Julie Andrews) é uma jovem noviça que tem jovialidade demais e responsabilidades de menos no convento onde vive. Não é má pessoa, mas vive causando problemas às madres por não se comportar adequadamente, conforme as normas do lugar. Pensando que talvez essa não seja a melhor opção para Maria, a madre superiora a designa para um trabalho de governanta na casa da família Von Trapp. Um jovem viúvo, pai de sete filhos, certamente precisa de ajuda para educar as crianças. Apesar da rígida disciplina da casa, sob o austero apito do pai, o capitão George Von Trapp (Christopher Plummer, espetacular como o rígido e também afetuoso chefe do clã), os pimpolhos não eram crianças fáceis de se lidar. Com o pai, havia respeito e disciplina - como um bom regimento da marinha obedeceria seu capitão, mas com as pobres governantas... A situação era bem diferente.
Maria consegue dobrar as crianças fazendo com elas o que ela costumava fazer por si própria: cantar e se divertir. Elas tinham disciplina, eram ricas, mas não tinham diversão. Então a música os aproxima da realidade da infância, de correr pelas colinas e subir em árvores. Aprendendo a cantar, o próprio pai delas se sentiu mais próximo dos filhos - tanto que até cantou com elas, a linda Edelweiss (a melhor gravação dessa música, na minha opinião), tão emocionante que seria capaz de derreter até os corações mais congelados. O filme tem vários clichês, como a aspirante a madrastra má e a paixão adolescente e proibida da menina rica com o menino pobre, além, claro, do amor que nasce entre Maria e E George. Mas tudo isso a gente releva, porque o filme é uma delícia de ver. Sério, quase não se percebe o tempo passando (e olha que são 2h30 de cantoria) e é lindo de ver o conto de fadas que é o amor da família Von Trapp por Maria. E apesar do toque dramático no fim do filme, com toda a aura pesada de se ter o Reich atrás do capitão, o filme termina com a família feliz, fugindo ilesos do cerco com a ajudinha abençoada das freiras do convento. A mensagem é de esperança, de acreditar na alegria e no amor. Tudo ao som da música, que aproxima e une as pessoas e os ideais. Aprendi tudo isso na Escola da Fraulaine Maria.
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