Depois de seguir seu chapéu levado pelo vento, um estranho misterioso entra na casa de n°17. Lá em meio a muitas sombras encontra outro misterioso, caricato e exagerado homem. E um cadáver. Uma garota cai do telhado, com um telegrama misterioso. Coisas desaparecem. Mais pessoas chegam a casa. Todos se desentendem. E começa uma perseguição estilo gato e rato.
Com mistério até no título (ao menos no nacional), Mistério no número 17, joga o expectador direto no enigma. Quem é esse cara? Porque ele entrou no número 17? E esse outro? E quem é o cadáver? Porque foi morto? Por quem? É assim que ele mantém o expectador, que fica atento a cada detalhe tentando organizar as informações na cabeça, e desvendar, o que exatamente está acontecendo naquela casa.
O mistério é reforçado pela câmera fechada, não vemos muito do ambiente. Não que fosse adiantar mostrar mais, pois o pouco que vemos está envolto em sinistra e suspeitas sombras. E claro, aos poucos, vamos descobrindo que a trama envolve uma criminosos que acabaram de roubar jóias e um detetive em seu encalço. E tudo culmina em uma eletrizante perseguição em um trem. Eletrizante, para 1932.
Sim 1932. Este é o maior problema do longa. É uma época diferente, um ritmo diferente. E o que devia ter um efeito de mistério, soa repetitivo. O que deveria ser assustador parece cômico. Tudo por culpa da atuação e do roteiro que ainda carregam bastante da época em que o cinema não sabia falar. Apenas alguns anos antes. O filme ficou datado.
Se a idade atrapalhou filme. A qualidade da cópia que vi também não ajudou. Apesar do bom argumento e da curta duração o filme é cansativo. Quase não lembra as obras mais conhecidas de Hitchcock. Prova que até os mestres começam aos poucos.
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