Na escola eu sempre fui tímida como Todd (Ethan Hawke), aliais ainda sou, apesar de fingir que lido numa boa com situações de exposição pública. Provavelmente, porque nunca me deparei com um professor como Mr. Keating (Robin Williams).
Em 1959 a Welton Academy, uma tradicional escola preparatória para rapazes, incorpora um ex-aluno ao seu corpo docente. A cargo das aulas de literatura o "excêntrico" Mr. Keating tenta ensinar os alunos a pensar por conta própria, com suas técnicas educacionais nada ortodoxas. Um grupo fica tão envolvido que chega até a recriar a Sociedade dos Poetas Mortos, antigo grupo frequentado pelo professor em seus tempos de estudante. É claro, que tal liberdade de pensamento, e principalmente a expressão deles não agrada os pais, muito menos, a rigorosa instituição acadêmica.
Simples assim, um professor que estimula os alunos a pensar, enfrentar seus medos, descobrir o mundo, enfim aproveitar o dia. Superar a timidez, burlar as regras, falar com aquela garota, perseguir seus sonhos, desafiar os pais. Dilemas típicos da adolescência, que eram extirpados entre aulas de latim, e calculo.
Com um roteiro mais simples que sua reputação, e título pomposo, anunciam. Peter Weir dirige um filme bem conduzido, com diálogos inteligentes, com cenários e posicionamento de câmera bem pensados (repare como a câmera ajuda Todd a crescer, na catártica cena de criação poética forçada), e acima de tudo altamente empático. Quem nunca desejou questionar as regras? Especialmente na idade dos hormônios efervescentes.
Enquanto Robin Williams surpreende em um papel, diferente da comédia acelerada a que todos estavam acostumados a associa-lo. O elenco jovem não decepciona, especialmente Robert Sean Leonard. Que você não deve conhecer por nome, mas se como eu só assistiu a este filme agora, vai chamar automaticamente de Dr. Wilson (House). Apesar de sermos apresentados à escola, e aos problemas através dos olhos de Todd, é Neil (personagem de Dr. Willson, Leonard) quem tem os mais complexo dilema.
Reside aqui a única falha que encontrei no longa. Sem spoilers auge do longa, quando o dilema de Neil toma conta da trama. Os problemas dos outros membros da "sociedade" inevitávelmente são deixados de lado. Nunca sabemos se o jovem Knox conquistou a adolescente de seus sonhos Chris. Nada que comprometa muito, afinal é possível imaginar o desfecho diante das circunstâncias.
E o desfecho principal, é afinal aquele que importa. E que conversa com várias gerações desde seu lançamento, e deve continuar a fazê-lo durante muito tempo. Um filme simples que ensina a importância de aproveitar o dia (Carpe Diem), entre muitas outras coisas, como tolerância, cautela e nossos próprios limites.
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