Sinfonia de Paris começa promissor. Logo no início, somos apresentados aos personagens com sua própria visão de si mesmos. A divertida narração deixa claro que aquelas pessoas de vida simples sabem viver a vida e se divertir com o que têm.
Jerry Mulligan (Gene Kelly) é um pintor desconhecido que mal consegue sobreviver com sua arte. Ele escolheu viver na Paris dos artistas, para aprender e se inspirar pelos encantos da cidade. Por isso, apesar de falido, vive relativamente feliz. Em um golpe de sorte, o rapaz arruma uma patrocinadora. Milo Roberts (Nina Foch) tem claras segundas intenções com Jerry. O rapaz percebe, mas, com seu sonho sendo oferecido em uma bandeja de prata, ele é incapaz de resitir.
Ao mesmo tempo, ele se apaixona perdidamente por uma moça que vê em um bar (tipico!). Lise Bouvier (Leslie Caron), uma moça comprometida, que se faz de dificil por pouco tempo. Logo temos um casal apaixonado onde ambos estão comprometidos com outras pessoas. E claro, ambos têm medo de perder a pessoa amada caso a verdade seja revelada. Para complicar mais um pouco, Jerry e o noivo de Lise se conhecem através de um amigo em comum. Chegam até a trocar conselhos amorosos. Daqui em diante, você pode imaginar o que acontece.
O problema é que o longa demora muito para dizer a que veio. Quando a trama finalmente é formada já estamos cansados de tentar adivinh[a-la. O tempo perdido foi gasto com personagens secundários e numeros de dança que repetem o que a cena anterior havia deixado claro. Ja vimos Jerry deixar a loja feliz da vida, precisava mesmo de cinco minutos de sapateado sobre isso? E eu sou do tipo que adoro quando as pessoas dançam sem motivo.
A estreante Leslie Caron tenta, mas ainda não tem carisma ou experiência para acompanhar Kelly, e acabou se tornando a mocinha mais sem graça entre as parceiras do ator. Aparentemente a escalação da moça visava mais seus dotes na dança, onde ela é perfeita.
Os numeros musicais são deslumbrantes, alguns até divertidos como a sequência "I got rhythm", na qual Kelly consegue ficar mais charmoso ao dançar rodeado por criancinhas fofas. Entretanto, a maioria empaca a história, que fica em pausa para vermos como Kelly e Caron dançam bem.
A megalomania dançante tem seu desfecho na sequência onírica onde Jerry se perde em suas pinturas. O conceito é interessante. A execução, perfeita, ao criar cenários e figurinos que pareçam estar dentro de obras de arte. Mas, 17 minutos! Desculpe, Kelly, mas por mais que adoremos vê-lo dançar, tudo que é demais enjoa e perde o charme.
Sinfonia de Paris tem um argumento promissor. Mas, ao apostar no exagero musical/dançante, acaba oscilando entre o tédio e bons momentos. Diverte, mas poderia ter uns 30 minutos a menos.
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