Uma das primeiras estreias de 2018, Jumanji – Bem-vindo à selva! (Jumanji: Welcome to the jungle, 2017) é um reboot divertido do clássico infantil de 1995. Sem Robbie Williams para encabeçar o elenco, a produção aposta no carisma de Dwayne "The Rock" Johnson e Jack Black para atualizar a estória do jogo de tabuleiro que é mais do que uma brincadeira de criança. Com ação, aventura e bom humor bem equilibrados, o longa cumpre o que promete: diverte e entretém, sem compromisso.
Estamos nos 1990 e um pai desavisado acaba encontrando a caixa do jogo meio enterrada na areia da praia. Ele decide levar o brinquedo para o filho adolescente, que pouco dá importância para o presente – afinal, a era dos videogames havia chegado. De noite, o jogo magicamente se transforma e o jovem se vê tentado a jogar. Algo sinistro acontece e temos um salto no tempo.
Spencer (Wolf), Fridge (Blain), Bethanny (Iseman) e Martha (Turner): prestes a entrar em Jumanji |
No tempo presente, um jovem nerd finaliza um trabalho para outro colega de turma, um atleta promissor com problemas nas notas. Uma jovem tímida acaba desrespeitando uma professora durante a aula de Educação Física e outra não consegue largar o celular nem mesmo durante a prova em sala de aula. Resultado: os quatro acabam na detenção. E é assim que Spencer (Alex Wolf), Fridge (Ser'Darius Blain), Martha (Morgan Turner) e Bethanny (Madison Iseman) acabam se juntando – e encontrando o videogame Jumanji.
Burlando as regras do castigo, eles iniciam uma inocente partida escolhendo a esmo um perfil para jogar Jumanji – que eles não faziam ideia do que se tratava. Após todos terem um personagem, eles acabam sendo sugados para dentro da máquina e “logam” como os avatares de seus personagens escolhidos. Assim, Spencer torna-se o explorador Dr. Bravestone (The Rock), Fridge é Moose Finbar (Kevin Hart), um biólogo que mais parece uma enciclopédia, Martha ficou com a sexy lutadora Ruby Roundhouse (Karen Gillian, de Doctor Who e Guardiões das Galáxias) e Bethanny terminou como o Shelly Oberon (Jack Black, perfeito), um geógrafo experiente.
Finbar (Hart), Ruby (Gillian), Bethanny (Black) e Bravestone (The Rock): os avatares |
O grupo aos poucos descobre como funciona o jogo: suas próprias habilidades, as regras do jogo, quais missões tem que cumprir, quais perigos terão que enfrentar e, principalmente, que se eles não conseguirem terminar a missão, eles ficarão perdidos na selva para sempre. Então eles precisam aprender a trabalhar em grupo – para isso, terão que superar seus medos e resolver problemas do mundo real nesse novo mundo digital retrô e selvagem.
Jumanji – Bem-vindo à selva consegue, de forma divertida, fazer uma homenagem ao brincar com a nostalgia dos anos 1990, época em que o primeiro longa foi lançado. A tecnologia antiga e a forma como o jogo se desenrola são bastante bem resolvidos e convincentes para um jogo de tabuleiro adaptado para um videogame antigo. A produção impecável traz o clima certo de filme de aventura e o elenco, tanto juvenil quanto adulto, dão conta do recado. Mas o destaque fica mesmo para The Rock e Jack Black: o primeiro sabe muito bem como tirar sarro de si mesmo, e Black não exagera na bizarrice ao interpretar uma adolescente patricinha com os hormônios à flor da pele no corpo de um gordinho de meia idade. De longe, os dois são os destaques do filme – que provavelmente seria apenas mais um se não fosse a presença dos dois.
The Rock é um dos destaques do filme como Dr. Bravestone, o alter-ego de Spencer |
Gillian também está divertida como a desajeitada adolescente no corpo de uma “ninja”, mas Hart está um pouco over – como é o estilo dele. Fazer piadas sobre sua baixa estatura ou falar gritando o tempo todo é como ele ganha a vida, e só por isso eu gostaria de vê-lo dar uma aliviada (exatamente como The Rock e Jack Black fizeram neste longa). A pequena participação de Nick Jonas é importante para a trama, mas ele também não fez muita diferença no resultado final.
Kevin Hart faz piada com seu tamanho. O tempo todo. E nem é tão engraçado assim. |
No mais, o filme é divertido e vale a pipoca. Tem lá seus exageros digitais e piadas nem tão engraçadas para nós, brasileiros, mas... Dá para passar. Não deve desagradar aos fãs mais ferrenhos do longa original (se bem que está cada vez mais difícil fazê-los felizes, não é?...) e pode ser uma grata surpresa para quem não espera muita coisa dele. Uma boa pedida para o finzinho das férias escolares: pais e filhos devem aproveitar as boas risadas antes de voltar para a rotina pós- festividades.
0 comentários:
Postar um comentário