Terceiro e último capítulo da trilogia baseada nos livros de James Dashner, Maze Runner - A Cura Mortal (Maze Runner: Death Cure, 2018) encerra a saga de Thomas e seus amigos sobreviventes do labirinto na luta contra o controle da CRUEL, uma mega corporação científica, sobre suas vidas. Independente de ser uma parte de um todo (recomendo assistir aos outros filmes antes de ir ao cinema), o longa de Wes Ball (que cuidou de toda a trilogia no cinema) é um típico filme de ação - com os mesmos defeitos e qualidades.
*Atenção: se você não viu nenhum filme, esse texto vai ter spoilers*
A primeira sequência de ação é um resgate audacioso: Thomas (Dilan O'Brien) planejou e executou uma ousada emboscada a um trem com carregamento para a CRUEL. Seu objetivo era resgatar Minho (Ki Hong Lee), que fora levado por Janson (Aidan Gillen, o eterno Mindinho de Game of Thrones) quando ele invadiu o refúgio comandado por Vince (Barry Pepper) e quase dizimou o grupo da resistência; porém o resultado não é o esperado: apesar de ter resgatado vários imunes - inclusive o amigo Aris (Jacob Lofland) - Minho não estava no lote. Thomas precisa, então, decidir se vai fugir para um novo Lugar Seguro com Vince ou se vai arriscar tudo para salvar o amigo.
Thomas (O'Brien) e Newt (Brodie-Sangster) em ação para resgatar o amigo sequestrado pela CRUEL |
Enquanto isso, Teresa (Kaya Scodelario) continua firme em seu propósito de tentar achar a cura para o vírus, mesmo tendo que assistir a toda tortura a qual os imunes são impostos. Apesar de ela ter consciência do quanto desapontou seus amigos ao voltar a trabalhar para a CRUEL, ela acredita que todo o sofrimento será recompensado quando uma vacina eficiente for descoberta. Mas, apesar dos esforços, nada efetivo está surgindo - e os custos do projeto já começam a pesar quando os acionistas pressionam por resultados. Para que algum sucesso aconteça, os imunes restantes precisam receber a maior segurança possível - e é por isso que os planos de Thomas para resgatar seu amigo podem pôr tudo a perder. Janson está ciente de que ele não vai parar enquanto não salvar Minho e se prepara para um contra-ataque pesado (com um quê de vingança pessoal, diga-se).
Teresa (Scodelario) e Ava (Clarkson): corrida contra o tempo para achar a cura |
A ação nesse filme é garantida, como era de se esperar. Numa desenfreada corrida contra o relógio, é óbvio que alguns pequenos furos e falhas na trama acabam passando. Mas o que incomodou de verdade foi a quantidade de clichês mal conduzidos e o texto, extremamente brega. Decisões burras, falas óbvias e/ou piegas e textões desnecessários (quando chegar o fim do filme vocês vão entender) acabam por tirar o foco das boas cenas de ação. O jovem elenco também dá conta do recado, principalmente quando as circunstâncias exigem mais emoção.
Quem pode confiar em Teresa ou no Janson (Gillen)? |
O que esperar, então, de Maze Runner - A Cura Mortal? Um final apocalíptico para uma trama que explora a busca desenfreada da humanidade pela sobrevivência não podia deixar de ter suas baixas - algumas a gente sente, outras a gente até curte. Há surpresas pelo caminho, como um reencontro inesperado e uma mudança de maré (até previsível para o espectador mais atento), que conseguem amarrar as boas cenas de ação e perseguição. Uma brecha ao final do longa até nos leva a crer que, dadas as circunstâncias que levaram a estória até lá, reforçam a oportunidade de uma sequência - mas provavelmente isso fique apenas na sugestão mesmo. Como um todo, o filme entretém e dá um desfecho razoável para toda a estória desenhada até aqui. Vale o ingresso e a pipoca, mas o 3D não é necessário.
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