Sexto filme da franquia, Missão: Impossível - Efeito Fallout (Mission: Impossible - Fallout, 2018) é o resultado de um efeito cascata desenhado desde o primeiro longa, em 1996. Com um desenho clássico de filme de espionagem, onde as verdades são reveladas e as máscaras caem, o longa de Christopher McQuarrie (que assina roteiro e direção) costura com maestria uma trama que se propõe ressaltar a maior qualidade de Ethan Hunt (Tom Cruise) como um agente: sua humanidade.
Hunt recebe uma nova missão: recuperar três ogivas de plutônio que podem ser integradas a um dispositivo portátil, gerando um perigoso artefato nuclear capaz de ser transportado e detonado com extrema facilidade. Cabe a Ethan e sua equipe impedirem que o carregamento chegue às mãos de John Lark, um homem cuja verdadeira identidade é desconhecida.
Walter (CAvill) e Sloane (Basset): CIA vigiando de perto a operação depois de nova falha de Hunt |
A negociação com os terroristas em posse da perigosa carga dá errado, e além de perder o rastro do componente químico, Ethan descobre que quem está por trás dessa tecnologia e o furto do plutônio são os agentes remanescentes do Sindicato, uma organização de ex-agentes rebeldes (que já foram problema para ele no filme anterior, Missão: Impossível - Nação Secreta, de 2015). Para piorar, a diretora da CIA Erica Sloane (Angela Basset) decide que o resto da operação precisa ser vigiada de perto. Para tanto, designa o agente Walter (Henry Cavill e seu bigode polêmico) para fazer parte do time.
A Viúva (Kirby): inteligente e perigosa |
Mas, se fosse para resolver tudo fácil, não seria uma "missão impossível". Então, além da ameaça mundial de três bombas nucleares, entram em cena uma bela e astuta atravessadora, a Viúva (Vanessa Kirby, num estilo bond girl clássico), a volta da parceira Ilsa Faust (Rebecca Ferguson) em uma situação limite e o vilão Solomon Lane (Sean Harris) assombrando Ethan novamente - e quase pondo tudo a perder.
De moto, carro ou caminhão: as ruas de Paris foram um cenário charmoso para as eletrizantes cenas de perseguição |
As cenas de perseguição automobilística nas ruas de Paris são de tirar o fôlego, e outra sequência importante acontece no trecho final do longa em Londres. Outro ponto bastante positivo é a manutenção dos personagens de Simon Pegg e Ving Rhames: carismáticos, são o contraponto perfeito para a tensão que permeia o filme. Mas apesar de toda a adrenalina e do bom roteiro, que conecta aspectos importantes de todos os filmes (são 5 tramas anteriores e mais de 20 anos desde o lançamento de Missão: Impossível), o filme tem algumas falhas que incomodam. Nada que tire seu mérito como entretenimento, mas o suficiente para tirar meio ponto da avaliação final.
Benji (Pegg) e Luther (Rhames): fiéis escudeiros carismáticos |
Sutilezas são importantes numa trama de espionagem, e infelizmente fica claro desde o início quem vai ser desmascarado. As ações são previsíveis, as reações mais ainda. Falta surpresa genuína e soluções para fazer os velhos clichês funcionarem melhor. Como fã de filmes de Ação, eu sei que muita coisa tem que ser exagerada para abrilhantar o herói ou ser esteticamente impactante na telona - mas tudo tem limite. Toda a sequência do helicóptero foi um pouco "demais" para ser crível. Outro incômodo foi o tom quase piegas de reverência a Ethan, permeando todo o longa.
Sequência de ação final é a mais grandiosa (e menos convincente) |
Por esses pequenos detalhes eu, infelizmente, não consigo afirmar que Missão: Impossível - Efeito Fallout é um filme excelente. De fato, apesar disso, ele está muito acima da média de outros do gênero lançados recentemente. É coeso e coerente com a proposta inicial, totalmente integrado à franquia, além de vibrante e divertido. Talvez eu sinta falta de um certo frescor, de um tipo de risco diferente - onde a ameaça real à integridade emocional/psicológica de Ethan seja mais forte que o apelo visual por malabarismos de ação. Quem sabe no próximo filme (há uma sutil indicação de sequência, e é quase certo que esse seja um sucesso de bilheteria) seja a hora de dar esse passo adiante?
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