Hotel Artemis


Hotel Artemis (Hotel Artemis, 2018) é um filme confuso - não no sentido de ser incompreensível, mas pela quantidade de informações que se tentou mesclar em um única história e não foi tão bem sucedido. De fato, seu maior atrativo é o elenco estelar, repleto de caras conhecidas e nomes em ascensão - mas só isso não é garantia de bons resultados. Na trama, uma enfermeira dirige com mão de ferro um hotel de fachada, usado como enfermaria para criminosos. Sob a proteção de um código ético bastante restrito e total discrição exterior, ali é um porto seguro para bandidos de todos os tipos.

Os irmãos vividos por Brown e Henry farão check-in no Hotel Artemis
Em um futuro não muito distante, o caos está instaurado na cidade de Los Angeles: há protestos nas ruas contra o racionamento de água e poucos lugares são seguros. Em um assalto a banco que não se concretiza como o planejado, um ladrão (Sterling K Brown) precisa socorrer seu irmão que fora atingido por um tiro. Seu plano B é levá-lo para o Hotel Artemis: rigoroso quanto à seleção de seus clientes, apenas os conveniados podem entrar, e para tanto, deverão estar completamente desarmados. Lá, a Enfermeira (Jodie Foster) o identifica como Waikiki - o quarto destinado a ele - e os atende. O único outro funcionário no hotel é Everest (Dave Bautista), o enfermeiro brutamontes que também é um faz-tudo. O hotel, porém, teria uma noite agitada.

Nice (Boutella) e Acapulco (Day): atritos aumentam a tensão
Outros dois clientes/pacientes estão ali instalados e têm agendas diferentes: Acapulco (Charlie Day), um traficante de armas, quer sair dali a qualquer custo; já Nice (Sofia Boutella) precisa estar lá para cumprir uma missão. Mas as coisas, no entanto, fogem ao controle quando uma policial, Morgan (Jenny Slate), aparece ferida e pedindo abrigo no hotel. Para complicar ainda mais a situação, o chefão do crime e dono do Artemis está a caminho: o Rei Lobo (Jeff Goldblum) foi ferido e seu filho (Zachary Quinto), chefe de sua segurança, está nervoso e super-protetor quanto à segurança do hotel. 

Everest (Bautista) discute com a Enfermeira (Foster) sobre atender a policial Morgan (Slate)
Como é de se esperar, os destinos de todos se entrelaçam. Mas a forma como esse entrelace ocorre é problemática: são muitas pontas soltas para se tentar prender, motivos um tanto frouxos para atá-los. Há pouquíssimo tempo para desenvolver os personagens, e a insinuação dos grandes dramas pessoais de cada um acaba ficando só por isso mesmo - o que poderia se tornar um ótimo viés a ser explorado acaba sendo negligenciado. Até mesmo o próprio hotel, que poderia ser transformado em um grande personagem, fica como um simples plano de fundo - e um ligeiro tom de sobrenatural, que se insinua na fotografia e no clima tenso, porém não se concretiza.

Pai e filho vividos por Goldblum e Quinto: personagens pouco explorados, boas atuações
O filme, porém, não é de todo ruim: as boas sequências de luta e ação são bem pensadas e dirigidas, embora não sejam realmente efetivas. Além disso, é ótimo ver Sofia Boutella em ação, além da boa - embora curta - participação de Jeff Goldblum e do esforço de Jodie Foster para fazer da Enfermeira uma sobrevivente (aquela pessoa que já passou por tanta coisa ruim, mas que aprendeu a suportar os problemas e ainda encontra um motivo para viver). Apesar de certos trejeitos exagerados, o resultado é positivo e é possível se apegar à personagem, embora muito de sua história fique nas entrelinhas apenas.

No fim, a sensação é de que o longa é uma preparação para algo maior, que virá depois - como se o diretor e roteirista Drew Pearce estivesse lançando a pedra fundamental de uma história maior, com mais agentes e mistérios envolvidos, e mais sequências a caminho. O interesse pelo suposto plano geral, no entanto, fica comprometido pelo fraco resultado final deste primeiro ato. Vale pela curiosidade, mas certamente não vai ficar na memória. Uma pena.

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