Alita - Anjo de Combate


Alita - Anjo de Combate (Alita: Battle Angel, 2019) chega aos cinemas nessa quinta trazendo muita ação e tecnologia para contar a estória da ciborgue descartada e sem memória que vai descobrir seu passado aos poucos. Dirigido por Robert Rodriguez, produzido por James Cameron e contando com nomes de peso no elenco como  os ganhadores do Oscar Christopher Waltz e Mahershala Ali, o longa promete agradar aos fãs de anime. Baseado na trama original de Yukito Kishiro, Gunnm, algumas pequenas mudanças na gênesis do personagem foram incluídas para ressaltar a questão humanidade da personagem e é possível esperar uma continuação dessa trama cyberpunk nos cinemas.

Dr. Dyson (Waltz) resgata uma ciborgue do lixão e a restaura, tratando-a como uma filha

Num futuro distante, grandes cidades foram construídas no céu e uma terrível batalha destruiu quase todas elas. A única sobrevivente, Zalem, se tornou uma fortaleza impenetrável e de seus dejetos sobrevivem os moradores da cidade logo abaixo. Humanos e ciborgues convivem de forma quase pacífica, numa sociedade basicamente feita de renegados. É ali que vive o doutor Ido Dyson (Waltz), que se mantém consertando ciborgues - como um cirurgião, ele atende e troca partes de seus pacientes. Em uma busca pelo lixão de Zalem, ele encontra uma parte superior de uma ciborgue praticamente intacta. Fascinado com a oportunidade de ter um espécime em tão bom estado em suas mãos, ele leva o corpo até sua casa e o reconstrói, cuidando da jovem como se fosse sua própria filha. 

Alita (Salazar) reagindo a um centurião: salva por Hugo (Johnson), é o início da amizade entre a ciborgue e o humano
Alita (Rosa Salazar, a Brenda de Maze Runner), assim batizada por Ido, desperta sem memórias de seu passado. Tentando se adaptar ao novo mundo, age como qualquer adolescente - como parece ser. Porém algo não parece normal em suas reações: toda vez que está em perigo, seu corpo reage naturalmente como se fosse preparado para a batalha. Um mistério se estabelece: quem seria a Alita antes de despertar sob os cuidados do doutor Ido? Mesclando uma curiosidade com seu passado e os prazeres de se enturmar com outros jovens de sua idade, Alita vai descobrir que é muito mais valiosa do que imagina - e que isso é um baita de um problema.

Sem saber seu verdadeiro valor, Alita chega a competir profissionalmente no motorball - o que a torna um alvo fácil para os que desejam capturá-la
O que eu sabia sobre a personagem e a estória previamente era bem pouco, mas o suficiente para atrair minha atenção: Alita era uma ciborgue-soldado com incríveis habilidades de combate que vivia em uma cidade pós-apocalítica futurista e que vivia como uma caçadora de recompensas enquanto lutava para recuperar sua memória. Só isso já renderia um bom motivo para eu ir ao cinema, mas ainda havia grandes nomes envolvidos na produção: o diretor Robert Rodriguez fez bons filmes de ação, James Cameron é referência quando se fala em Ficção Científica no cinema, Waltz é um dos meus atores favoritos, Mahershala Ali e Jennifer Connely também estão no elenco. Ok, você me convenceu. Então fui como uma espectadora cinéfila, não como uma fã do anime. E o resultado foi um pouco diferente do que eu esperava.

 Alita e o caçador de recompensas, Zapan (Ed Skrein): rivalidade e submundo pouco explorados
Pelo que entendi, há uma continuação do mangá, uma versão mais jovem - e essa parece ter sido a versão levada às telonas. E é nesse ponto central que reside a dificuldade de entender o propósito de Alita: Anjo de Combate: começa como uma ficção científica de ponta, com personagens se revelando e se descobrindo aos poucos, conflitos internos, uma trama bem mais densa do que se imaginava a princípio... E depois a trama pende para alguns clichês bastante evitáveis. Romance e adrenalina de esportes radicais, por exemplo, são fórmulas certas para injetar humanidade a um personagem não-humano (apesar de seu cérebro humano, Alita é mais máquina que gente). Assim, o clima sombrio - que eu particularmente esperava - se ameniza, e quando a ação e tensão voltam à tona, parecem bem mais vazias.

O grande vilão é apenas uma sombra durante boa parte do filme e pouco se sabe dele até os minutos finais. Sabe-se de sua existência apenas através de seus marionetes, o senhor dos jogos de motorball (um tipo de basquete misturado com corrida de obstáculos para ciborgues sobre rodas) Vector, interpretado por Ali, e a doutora Chiren, vivida por Jennifer Connely - cujo passado com o doutor Dyson tampouco é explorado como poderia. Eles também tem marionetes entre os ciborgues caçadores de recompensa, mas esse universo acaba sendo bem pouco explorado. Uma pena. 

Vector (Ali) e Chiren (Connely): vilões marionetes
Talvez seja essa a razão do meu desapontamento: criei expectativas altas sobre a trama e a obra seguiu outra direção. Eu esperava ver mais do submundo dos caçadores de recompensa e a busca de Alita por seu passado, mas é a jornada de transformação interna da ciborgue o foco escolhido por Rodriguez e outros co-roteiristas. Sendo assim, não posso tirar os méritos do filme - que, aliás, são muitos. A incrível tecnologia que transforma Rosa Salazar, uma atriz de carne e osso, em uma humanoide digital é absurdamente realista. E essa é uma experiência para ser vista em tela grande - mergulhar no universo digital criado para a Cidade da Sucata e a mescla quase imperceptível com os atores é algo mágico.
Efeitos especiais levam a outro nível a interação entre cenário, atores reais e a personagem digital
Para os fãs de filme de Ação e Ficção Científica, Alita: Anjo de Combate é um prato cheio. E que venha a continuação para finalmente conhecermos Zalem!

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