Aladdin


Empolgante. É o mínimo que se pode dizer para essa adaptação em live action para o clássico Aladdin (Aladdin, 2019) dos estúdios Disney. Mantendo todas as deliciosas canções originais e boa parte do roteiro intactas, as poucas inserções e adaptações do roteiro não interferem na nostalgia nem no resultado final da nova obra. Baseado em boa parte no carisma de Will Smith (que teve a difícil tarefa de representar o Gênio, antes interpretado pelo saudoso Robin Williams), o longa diverte e cativa o espectador do início ao fim.

Aladdin (Massoud) ajuda a princesa Jasmine (Scott), disfarçada, a se safar de uma enrascada
Aladdin (Mena Massoud) e seu macaco Abu vivem nas ruas de Agrabah roubando o que podem para sobreviver. Mas um dia seu caminho cruza com o da bela princesa Jasmine (Naomi Scott), que andava disfarçada pela cidade - já que era proibida pelo pai, o Sultão  (Navid Negahban), de sair do palácio. Acusada de roubo, é ele quem a salva de ser presa - mas acaba ele mesmo se dando mal. O ambicioso vizir Jafar (Marwan Kenzari) precisa de alguém ágil e esperto, como um ladrão, para coletar o tesouro mais precioso: uma lâmpada mágica. Porém, como ele próprio não possui um coração puro, precisa encontrar alguém que se arrisque para conseguir seu prêmio - e ele aposta em Aladdin para tanto. Mas dentro da caverna algo dá errado, e Aladdin acaba preso lá dentro. Agora, ele conta com a ajuda do Tapete Mágico, do melhor amigo Abu e do recém-libertado Gênio (Will Smith) para conseguir voltar à Agrabah e reconquistar o coração da princesa.

Aladdin e a lâmpada, dentro da caverna: nem tudo sai como o planejado
Partindo dessa premissa básica, o roteiro de John August e Guy Ritchie (que também assina a direção do longa), as inserções sobre a estória pouco interferem no contexto e apenas servem como um novo fio condutor para a trama. Com clara inspiração nos musicais de Hollywood, Ritchie consegue imprimir sua marca nos belos e divertidos números musicais e cenas de ação alucinantes. O carisma de Will Smith é inegável, e certamente ele honrou a memória de Williams - um dos maiores receios dos fãs. Há um certo abuso de efeitos especiais, mas nada que seja de mau gosto: afinal, com um gênio maravilhoso e superpoderoso, tudo é possível. O casal principal tem química, mesmo que Massoud fique um pouco ofuscado - especialmente nas cenas em que contracena com Smith. 

Jasmine e sua aia, Dalia (Pedrad): reforço da identidade feminina insubmissa
A princesa Jasmine merece destaque nessa versão: seguindo a direção de empoderar suas princesas, ela (que já era uma das mais fortes protagonistas dentre a realeza Disney) ganha mais força com uma bela canção de letra forte e um discurso claramente consciente - Jasmine é, sem dúvida, uma líder nata. O romance entre a princesa e o plebeu nos convence, e um outro romance inédito se desenha em segundo plano - e é hilário acompanhar Dalia (Nasim Pedrad), a aia da princesa, em sua jornada amorosa. As duas, aliás, são uma ótima representação da verdadeira amizade feminina, onde uma torce pela outra. Essa é a cereja do bolo, de um filme feito com extremo capricho - a produção de arte, maquiagem e figurinos são de tirar o fôlego! - e respeito com o seu antecessor.

Will Smith como Gênio não rouba a cena, mas acrescenta muito à caprichada produção
Aladdin tem tudo para agradar aos fãs da clássica animação e à nova geração, que verá pela primeira vez. Divertido, colorido, acelerado, romântico, nostálgico - tudo na dose certa. Desta vez, a versão em live action acertou no ponto entre o novo e o clássico, o que os estúdios vem tentando há algum tempo com resultados oscilantes. Vale o ingresso, a pipoca e o repeteco da sessão.

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