É o clássico da "Sessão da tarde" para quem, assim como a blogueira que vos escreve, cresceu nos anos 80 e 90. Tumbas, armadilhas, bandidos muito malvados, animais ameaçadores, romance, lugares exóticos e artefatos sobrenaturais muito valiosos. Vai dizer que esse filme não tem tudo que precisa? É diversão na certa!
O arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) precisa encontrar a Arca da Aliança, poderoso artefato místico, antes dos nazistas, uma vez que, segundo a lenda, o exército que o possuir será invencível. Além de descobrir a verdadeira localização da arca, ele ainda precisa enfrentar os bandidos e acertar as contas com um romance antigo.
Eu não sei vocês, mas eu fui criada a base de aventuras como esta, que flertam constantemente com o perigo, mas que nunca é tão sério que não se possa fazer uma piada. Como na cena onde Toht (Ronald Lacey, com timing perfeito) parece montar um instrumento de tortura muito perigoso: acuados os outros personagens se encolhem, e ele pendura seu casaco. Ufa, era só um cabide!
Existe cabidofobia??? |
O ritmo constante e alucinante só diminui quando o professor Jones precisa nos informar o que é a arca, e porque tem que encontrá-la. O que é compensado pelo mistério da história e do artefato em si. As cenas de perseguição e brigas rápidas no estilo "piscou, perdeu", e, com muito humor, conseguem interessar o espectador de uma forma que faz inveja a muito filme de ação.
Vibramos a cada vilão caído, seja ele importante ou um mero figurante. E tudo sem culpa, já que, uma vez que servem a Hitler, podemos odiar sem dó nem piedade (isso é uma regra não oficial do cinema? Gente, aqueles caras são filhos de alguém!). Além de rirmos muito da burrice dos caras. Não adianta ter a arma mais poderosa do mundo se não sabem usar! Tem que ler o manual, não importa em que língua está escrito. O que me faz pensar: imagina se o oficial nazista tivesse convencido Belloq a levar a arca diretamente a Hitler, sem todo o ritual na ilha deserta? Teria apagado um dos episódios mais sangrentos da história da humanidade!
Do macaco à Sallah (John 'Glimi' Rhys-Davies), todos acertaram no tom da atuação. Os tipos caricatos que o estilo de filme exige, poderia tornar os personagens falsos se feitos de forma equivocada. O mesmo aconteceria com a mocinha Marion (Karen Allen), que, além de alternar entre vítima e mocinha decidida, ainda precisa nos provar ser digna de Jones. Suas sucessoras não conseguiram.
Também temos o privilégio de ver o que realmente existe dentro da arca. Coisa que nenhum personagem vivo conseguiu. Pergunta: só eu morro de curiosidade de saber o que guardam as outras milhares de caixas daquele depósito do fim do filme?
Mais que a aventura e os personagens marcantes, o que prende a plateia é o carisma do herói, no caso Indy (sentiu a intimidade?). O arqueólogo parece ter a incrível habilidade de se meter em confusões impossíveis de se safar e também, a ainda mais incrível, de se livrar delas no último segundo de um jeito espetacular. E tudo de forma bastante divertida, ao menos para nós aqui do sofá.
Aventura, romance, segredos, explosões, aprendizado, coloca pipoca e refri junto. Vai dizer que não é um programão? E se assistirmos enquanto crianças, as lições recebidas são ótimas. Aprendemos a não colocar a mão em metal quente. A não confiar em macacos desconhecidos. Que é possível se dependurar em baixo de um caminhão em movimento. Que cobras odeiam fogo (problemão no set, os bichinhos faziam o oposto, aparentemente elas gostam de se aquecer). Sempre devemos jogar a comida para o alto, caso esteja envenenada: um amigo terá tempo de te salvar. Crianças são melhores defesas que coletes a prova de balas. É possível ir até o Egito e não ver nenhuma pirâmide. E o melhor remédio para uma bebedeira é uma mudança súbita na trama.
Eu sou aluna confessa do professor Henry Jones Jr. E você???
0 comentários:
Postar um comentário