A primeira coisa que me veio à cabeça ao assistir a O mágico de Oz: estou ficando velha. Calma, deixa eu explicar. É que foi a primeira vez que vi o filme e não pude deixar de pensar que perdi uma grande oportunidade quando eu era pequena. Por mais que eu tenha gostado de acompanhar as aventuras de Dorothy e seus amigos no reino encantado de Oz, hoje eu encaro uma história como essa com outros olhos, sem aquela magia que só as crianças têm.
O que me impressionou foi a atuação de Judy Garland, um tanto teatral, mas perfeitamente convincente como a menina bondosa e corajosa que sai do Kansas e vai parar em um mundo desconhecido e cheio de criaturas fantásticas. Sim, bondosa, porque ela, mesmo perdida e confusa, não deixa de oferecer um ombro amigo a quem cruza o seu caminho. E corajosa... ah, não preciso explicar por quê, né? Ou você sairia confiando cegamente em um espantalho que mal consegue ficar de pé, um homem de lata sem coração (e sem trocadilhos) e um leão que morre de medo da própria sombra? Hoje em dia, quando uma das primeiras lições que as crianças aprendem é a não falar com estranhos, acho que os três iam ficar vagando pela estrada de tijolos amarelos até agora.
Bruxa boa, bruxa má, munchkins... Estava tudo muito bom, mas eu preciso confessar que fiquei decepcionadíssima com o tal do mágico de Oz. Juro! Na verdade, nunca tinha parado para pensar nele, mas, já que todo mundo estava tão esperançoso de conseguir tudo que queria com ele, e só sabiam cantar as coisas maravilhosas que ele faz, eu achava que ele deveria ser, pelo menos, um mago de verdade. Vá lá, que fosse como o nanico Mestre dos Magos, mas já dava pro gasto. Aliás, fui só eu que lembrei de A caverna do dragão enquanto Dorothy tentava voltar pra casa?
E os efeitos especiais de 1939? Adoro. É tão engraçadinho de ver (eu é que não vou chamar de tosco), mas eu fico imaginando a trabalheira que deve ter dado para se fazer. Filmes coloridos e cheio de truques como aqueles devem ter causado tanto burburinho na época quanto um lançamento em 3D consegue hoje. Já deu pra ver que nossos filhos vão rir dos filmes que achamos o máximo, né? Como disse lá no início, estou ficando velha...
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