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Aaaarrrhh!!! Aaaarrrhh!!!

Ok, fofo e divertido não são os primeiros adjetivos que vem à minha mente quando penso em Frankenstein. Mas este A noiva de Frankenstein (Bride of Frankenstein, 1935) é exatamente isso. Confesso que estava sentindo falta de ver no blog esse ano um filme que ainda tivesse um resquício de teatro, preto e branco e uma ingenuidade que só os filmes antigos tem.

A hiatória começa com a própria Mary Shelly contando como continua a sua triste história do homem-monstro criado e repudiado por seu criador, num estilo teatro-filmado, com estilo a erres puxados do sotaque inglês e cenário amplo como um palco. Adoro. Então começa a saga da noiva propriamente dita.

Dr. Pretorious e suas miniaturas: efeitos incríveis para um filme de 1935

A noiva na verdade foi uma idéia maluca concebida por um cientista ainda mais maluco (e mais estranho) que o criador de Frank (sentiu a intimidade?). Ele conseguiu criar miniaturas de pessoas (efeito especial maneiríssimo, diga-se. Muito bem feitas as manipulações para que os personagens ficassem dentro dos vidros). Ele volta a inflamar as esperanças do jovem senhor Frankenstein para criar toda uma raça de seres humanos através da união do Monstro com uma noiva, também como ele. Assustado, ele não aceita o projeto, mas o assustador cientista não desiste tão fácil. Espera pela oportunidade perfeita para conseguir coagi-lo. E ela não tarda a chegar...

O povo descobre que o Monstro (ah, deixa eu chamar ele de Frank?) ainda está vivo, e não perdoa: quer porque quer matar a criatura. Ninguém entende que ele não consegue se comunicar, somente grunhir - e todos acham que ele está pronto para matar qualquer ser humano que apareça pela frente. Aliás, uma crítica bem ácida àqueles que não conseguem entender os que tem dificuldade de se comunicar, só tacham de 'monstro' e partem pro ataque. Frank é preso, mas consegue fugir. Acaba se escondendo na casa de um velho violinista cego, que o adota como amigo. Outro isolado pela comunidade, abandonado por todos, implorava por um amigo. Não estranha a figura assutadora que bate à sua porta por não vê-lo - e paradozalmente, é o único a ver seus problemas. Oferece comida, abrigo, amizade, ensina algumas palavras ao recém-chegado, sem medo. Mais uma pequena lição de generosidade e caráter pra por no caderninho.

Descoberto novamente em seu abrigo, é levado à presença do doutor maluco, que o convence a querer uma noiva. Para tanto, ele volta a ameaçar o doutro Frankenstein, agora usando Frank para sequestrar a mulher dele como forma de coerção. A iniciativa funciona, e então o doutor já está no laboratório criando novamente um monstro. Desta vez, ele já sabe o que fazer. Tudo pronto, inclusive o coração que faltava (de mulher, jovem, que tivesse morrido de forma quase instantânea). Aliás, foi ótimo ouvir que o coração é a parte mais complexa do corpo. Tudo bem, hoje a gente sabe que esse título vai para o cérebro. Mas, cá entre nós, quer coisa mais complicada que o coração de uma mulher jovem? Acho que doutor tinha razão...

Não entendi muito bem porque Frank quis impedir que as máquinas fossem ligadas, mas mesmo com seu esforço, um raio atingiu uma das pipas-para-raio e fez-se a mágica. Ali estava ela, a tão esperada Noiva de Frank. O futuro de uma nova raça, desenvolvida através da recriação humana. Então... Ah, o coração!


O amor é lindo... Bom, nem sempre!

Não é que o coração da Noiva bateu diferente pelo seu criador? E se horrorizou ao ver Frank? Traiçoeiro e complicado o coração humano... Triste e consciente de que sua Noiva não seria sua 'amiga', Frank resolve enfim, dar cabo de sua nova vida - e enterrar com ele a outra criatura que também era um erro. Como ele mesmo havia dito, "friend good, life bad". Se ele não ia ter uma amiga, não ia ter uma vida. Um final triste demais para um filme leve e gostoso de assistir. Mas nem por isso me fez desgostar do filme. Pra ficar na memória.

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