Alguém devia lembrar isso à protagonista do longa desta semana, de vez em sempre, já que sua "adorável" irmã faz questão de iniciar toda e qualquer conversa com Muriel com a sentença: "Você é tão terrível, Muriel!". Por aí já dá para perceber que a vida dessa candidata a noiva não é nenhum mar, ou sequer um buquê, de rosas.
Muriel (Toni Collete, perfeita) não se saiu muito bem na vida. Acima do peso, fora de moda, insegura e constantemente chamada de inútil por seu também "adorável" pai, a moça não consegue emprego, e gasta seus dias no quarto ouvindo músicas do grupo Abba e sonhando com casamento. Seus irmãos, assim como ela são parasitas, e sua mãe tem problemas mentais, dificultando ainda mais a vida de todos.
Depois de ser presa ao usar um vestido que sua mãe roubou (não intencionalmente, a mulher não batia bem), e de ser dispensada pelas "amigas", que a achavam inadequada. Muriel surta, dá um desfalque no pai e vai curtir as férias, das quais as "amigas" a dispensaram. Lá Muriel encontra Rhonda (Rachel Griffiths), uma antiga amiga de escola.
Curtindo a vida adoidado, com Rhonda, Muriel e Abba!!! |
Livre como um passarinho, a moça ensina Muriel a seguir com a vida. Contudo, não adianta tirar a garota da cidadezinha se você não consegue tirar a cidadezinha da garota. E nossa protagonista leva a intimidação da cidade pequena com ela para Sidney. Ela acredita que para evoluir tem que se tornar outra pessoa, com direito a mudança de nome e tudo. Mas as mentiras que cria apenas as transformam naquilo que ela mais odiava em sua terra natal.
Nesse meio tempo nós, no sofá, assistimos, a moça se tornar "the dancing queen", conquistar independência financeira, curtir muito e iniciar sua vida amorosa. Este último estranhamente em uma ótima cena cômica que inicia uma parte trágica no filme. Hã???
Feliz feito pinto no lixo! |
Com reviralvoltas de deixar qualquer novela mexicana com inveja, tudo bem amarrado e regado a músicas do Abba. Ainda acontecem trágicas doenças, reencontros triunfantes, muito drama familiar e, claro, um casamento. Muriel consegue o noivo dos sonhos de forma nada convencional. É na cena do casamento, com a noiva radiante e um noivo entorpecido, que percebemos um dos erros da moça. Ela queria o glamour de ser noiva, não o romance. Amor então? Quem precisa?
Também me incomodou muito a pesença das "pseudo-amigas" como madrinhas, e a cara de contentamento de Muriel, ao ouvi-las exaltando a amizade e os predicados da moça. #vergonha alheia Muriel!
É claro, esta é uma comédia romântica, logo, depois de cometer vários erros Muriel percebe que tomara o caminho errado e consegue reparar a maioria. A lição a se aprender? Você não é terrível, mas pode facilmente agir como tal.
0 comentários:
Postar um comentário