Pouco antes de morrer, um renomado ladrão arquiteta o maior assalto do mundo. Como seria um desperdício engavetar tão boa ideia, encarrega Charlie Croker (Michael Caine) de executar sua grandiosa obra. Charlie reúne, sem grandes apresentações (da maioria sabemos apenas o nome), uma numerosa equipe. Motoristas, especialista em explosivos, e até um especialista em computadores, em plena década de 60. Patrocinado por um lord britânico, em detenção em uma prisão americana (!), destrói carros e coleciona equipamentos, para roubar de um comboio da Fiat em Turim, a incrível quantia de 4 milhões de dólares!
Não, você não leu errado. Também pensei, 4 milhões para dividir para toda essa gente? Então lembrei: 1969. Naquela época, 4 milhões devia ser muito. Ao menos espero que fosse, caso contrário, todo trabalho de Um golpe à italiana não valeria a pena.
4 milhões para esse povo todo? Tô achando que vai faltar! |
Embora o jovem Caine esbanje charme e estilo, a falta de uma apresentação mais elaborada (ou ao menos simpática) das demais personagens torna mais difícil criar empatia com eles, e consequentemente com o longa. Quem são, por que devo torcer para que seu mirabolante plano dê certo? É claro que, depois de assistir à trabalheira, acabamos por comprar sua briga. Ainda assim, desperdiçar alguns minutos apresentando melhor os bandidos ou mesmo uma "exugada" na numerosa equipe (até agora não sei ao certo quantos eram) não faria mal nenhum ao roteiro.
A extensa preparação é compensada pelo divertido plano, seguido de perseguição. E chegamos então à melhor parte do longa, o caos programado em Turim e a fuga dos minis. Os pequeninos carros, vermelho, branco e azul, rodam pelos lugares mais inesperados carregando toneladas (talvez um pouco menos) de ouro com maestria. Prédios, represas, casamentos, nada parece ser um obstáculo à altura para eles. Completamente inverossímil e muito divertido. E, por incrível que pareça, não é a coisa mais absurda do longa.
Nonsense mesmo é o estilo de vida do tal lord britânico. Parece ter os guardas da prisão como seus seguranças particulares, recebe muitas visitas fora de hora, jornal do dia, e ainda é ovacionado por seus colegas de "condomínio".
Como não existe um bom motivo moral por trás do roubo, as personagens não têm uma vida pregressa que os redima, e eram os anos de 1960, não faria sentido os bandidos "saírem por cima". Esta foi a única explicação que pude imaginar para o inusitado, divertido e propositalmente frustante final. Este, somado ao charme de Caine e à simpatia e invencibilidade dos Minis valem vasculhar a locadora mais próxima.
Aceleremos, agora mais de 30 anos em direção ao futuro para descobrir se Uma saída de mestre consegue divertir tanto!
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