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Clima de Sessão da Tarde


Steve (Nelson), Carol Anne (O'Rourke) e Diane (Williams): porque é SUPERNORMAL sua filha conversar com a tv de madrugada...
Ok, pode ser uma heresia. Mas foi divertidíssimo assistir a Poltergeist - O fenômeno (Poltergeist, 1982). O filme do diretor Tobe Hooper tem roteiro de Steven Spielberg e foi rodado nos anos 1980. Lógico que teria um quê de sessão da tarde, não é? Engraçado também é o fato do filme ser colorido ao extremo, com dias ensolarados de verão - nem mesmo as noites de chuva e tempestade (como podia ter tanta nuvem e chuva de noite se o céu estava tão claro na hora do café da manhã?) são assustadoras. Susto mesmo, só aos 45 do segundo tempo.

A família Freeling vive feliz na Cuesta Verde, em uma casa grande e bonita e levam uma vida normal. Mas um dia, a pequena Carol Anne (HeatherO'Rourke, forte concorrente à Criança Mais Fofa Que Hollywood Já Levou Para As Telonas) acorda de noite e se encaminha até a tv da sala e começa a conversar com alguém que só a mocinha ouve. O pai Steve (Craig T. Nelson, que cresce junto com o filme), a mãe Diane (JoBeth Williams) e os irmãos Danna (Dominique Dunne) e Robbie (Oliver Robbins) acordam assustados, mas ninguém parece dar muita bola para isso no café da manhã. Na verdade, a mãe só começou a se ligar que algo estranho estava acontecendo quando uma pilha de cadeiras se formou em cima de sua mesa em alguns segundos, enquanto ela cuidava do café da manhã da caçula. Ela até achou divertido brincar com a força estranha que arrastava as coisas de um ponto a outro na cozinha...

Diane, Carol Anne e 'os seres da tv'. Não tá vendo eles não?
Mas a situação começou a ficar sinistra de verdade quando, em meio a uma tempestade, os filhos mais novos, Robbie e Carol Anne foram ameaçados. Robbie foi pescado pela terrível árvore do jardim (sem brincadeira), que o roubou de dentro de seu quarto para um lanchinho da madrugada. Sério, foi assustador ver o garotinho ser ENGOLIDO por uma árvore. Por sorte, o pai conseguiu correr e resgatar o garoto, que só voltou coberto de ketchup e mostarda uma gosma nojenta. A pequena Carol Anne não teve ajuda: foi sugada, junto com todas as coisas que haviam em seu quarto para dentro do armário e acabou parando em uma outra dimensão. Sem saber a quem recorrer, Steve pede ajuda a uma paranormal profissional, a dra. Lesh (Beatrice Straight). Ela e dois assistentes vão para a casa dos Freeling buscando respostas. E eles ficam assustadíssimos com o que veem ali. Foi a doutora Lesh quem disse aos pais que o que poderia estar ali era um polterigeist, uma espécie de obsessão espírita que se fixa a uma pessoa - no caso, fica subentendido que a "bucha" foi a pequena Carol Anne. Após presenciarem a estranha forma de comunicação da pequena com a família (que conseguia chamar pela mãe através de um canal de tv fora do ar), e outros episódios assustadores, como a terrível cena em que um dos assistentes sofre uma alucinação na cozinha (coisa nojenta, eca!), ela percebe que o sobrenatural ali está além dos seus conhecimentos e resolve pedir ajuda de uma verdadeira especialista em fenômenos paranormais. Eles chama então a figura esquisita de Tangina Baron (Zelda Rubinstein, uma caricatura ambulante).
 
A sensitiva percebeu que o que estava ali era algo muito pior que um simples poltergeist: explica a família que Carol Anne está sendo usada como isca por Satã para evitar que as almas sigam o caminho da luz, uma vez que ela é cheia de energia vital - porque ela ainda está viva, apenas presa entre essa dimensão e próxima, bastando que ela corra em direção à luz para morrer. Agora, sente o drama da família: a filhinha foi sequestrada por fantasmas, tá presa em uma outra dimensão e apavorada, prestes a morrer sem nem saber e ainda é usada como isca por Satã. É ou não é desesperador um quadro desses? Então começa a parte mais louca do filme, o resgate da menina. Montando uma arapuca muito louca na sala (que era uma saída da passagem criada para a outra dimensão onde estava Carol Anne), a vidente bola um plano muito louco de mandar Diane amarrada por uma corda atravessar a dimensão e pegar a filha de volta. Sim, uma corda amarrada na cintura e muita coragem. Um beijinho de boa sorte e vai que é tua!

Sensitiva (Rubinstein) e estudiosos na sala dos Freeling: o perigo era bem pior do que eles imaginavam
E ela conseguiu. Resgatou a menina e voltaram cobertas de geleca, que lembrava uma placenta. Nojento. Depois de salvas, a especialista afirma que a casa está limpa. Happy end? Ainda não. Então, vem a pior parte do filme - não por causa do medo, mas por causa da burrice da família. Depois de ter passado por tudo aquilo durante dias, lá vão eles passar mais uma noite na casa. E pior, vão botar as duas crianças de novo no quarto maldito. Em mais uma sequência eletrizante (e involuntariamente hilária), os pequenos vão sofrer no quarto onde deveriam dormir tranquilamente: Robb é quase enforcado pelo demoníaco palhaço de brinquedo (sério, quem dá um palhaço hediondo daquele pro seu filho? Francamente...) e Carol Anne tem que se agarrar novamente na cabeceira da cama para não ser sugada para a grotesca garganta maligna que se abriu no seu armário. A mãe, que relaxava na banheira poucos minutos antes, teve sua sessão 'exorcista', com direito a debater-se involuntariamente na cama e rolar pelo teto, até conseguir chegar perto das crianças. A filha mais velha estava na casa do namorado e o marido tinha ido resolver sua situação no trabalho (havia faltado muito, para poder cuidar dos problemas em casa). A quem ela ia pedir ajuda? Ao vizinhos, claro. Mas aí ela acaba por cair na piscina em construção, e os mortos que estavam enterrados no terreno começam a aparecer, nadando com ela e saindo de seus caixões. Ah, sim! Havia esquecido de comentar: Steve descobre que o seu chefe havia transferido um cemitério de lugar para a construção do bairro onde ele agora estava morando - o que explica o aparecimento dos caixões e esqueletos nessa cena. Pena que Diane não sabia disso e sorte dela que o vizinho se mexeu e foi lá puxá-la de lá de dentro.

Com a situação fugindo ao controle, não havia mais nada a se fazer a não ser sumir dali. A família se junta no carro, ainda perseguida pelos espíritos e pelos esqueletos enraivecidos, e vão embora sem esquecer ninguém - nem mesmo o fofíssimo cachorro da família. Então, os fenômenos se repetem por todo o bairro, com caixões se levantando da terra em todas as casas e as luzes piscando alucinadamente; a pressão na casa dos Freeling aumenta ao ponto dela literalmente explodir. Então, tudo volta ao normal. Fico me perguntando o que foi da pobre população do bairro que continuou por lá: eles não faziam a menor ideia do que tinha ocorrido antes e ainda tiveram que lidar com os corpos que ficaram por lá depois. Coitados.

Robbie (Robins) e o palhaço: a gente já sabia que isso ia acontecer, né?

Mas ainda assim, mesmo com os efeitos especiais toscos (para os padrões de hoje em dia, claro) e algumas pitadas de humor involuntário, o filme é de terror sim. Dá medo pensar que seu bonequinho pode vir te enforcar, ou que seu cachorro pode estar brincando com 'seres da tv' quando ele resolve latir para o nada. O roteiro de Spilberg é bem louco, com direito a tornado passando só na casa dos Freeling, caixões saindo do nada, gelecas desnecessárias e uma boa pitada de nonsense. Mas o filme causa sustos sim (palhacinho desgraçado) e a gente fica por esperar sempre que algo vá acontecer. A protagonista, a pequenina Heather O'Rourke é especialmente angelical e causa ainda mais impacto vê-la tão frágil e imaginando ela sozinha numa outra dimensão ao lado do coisa-ruim em pessoa (?!). Craig T. Nelson é o melhor ator em cena, conforme as coisas absurdas vão acontecendo na casa e os dias passam sem que se saiba como resgatar Carol Anne, ele vai ficando cada vez mais acabado - parece que ele realmente ficou dias sem dormir direito. Poltergeist - O fenômeno foi uma boa surpresa, principalmente porque não tive medo de ver. Aproveitei o filme todo, me diverti e acrescentei um filme na minha lista de clássicos já vistos. Mas ainda assim, ir à cozinha de noite para um lanchinho esperto ou dormir com a tv ligada, nunca mais vai ser a mesma coisa...

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