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Cinquenta tons mais escuros

Cinquenta tons mais escuros (Fifty shades darker, 2017) é a continuação da adaptação da saga literária de E. L. James, iniciada com 50 tons de cinza. Depois de um início de relacionamento conturbado - a paixão avassaladora entre Christian Grey (Jamie Dornan) e Anastasia Steele (Dakota Johnson) teve que ceder ao estranhamento dela aos gostos "peculiares" dele - o casal tenta dar uma segunda chance ao amor.

Depois de algum tempo separados, Christian volta a procurar por Ana pedindo uma segunda chance. A mudança no comportamento dos dois é nítida: ele se esforça para tê-la de volta, ela resolve dar as cartas no namoro - algo inédito. Porém, mesmo estando felizes com a volta, Steele e Grey vão ter que enfrentar algumas situações inusitadas (e até perigosas) por conta do passado sombrio de Christian Grey.

Anastasia (Johnson) e Grey (Dornan) na cena do elevador: mais erotismo
 Seria até um bom filme se o foco fosse justamente esse: os problemas de Christian Grey. Há vários indícios de que seu sadismo é fruto de uma infância violenta, e vários fantasmas resolvem atormentá-lo agora que ele decide, finalmente, ser feliz com Ana. Mas quem ganha destaque é a insossa Anastasia e o romance do casal ainda é o ponto mais valorizado, tendo inclusive mais ênfase no erotismo - e esse é o maior erro do roteiro. Balanceando melhor o romance água-com-açúcar e cenas mais ousadas se sexo (nada muito alarmante, diga-se) com um esboço de thriller de suspense, 50 tons mais escuros não consegue disfarçar as falhas estruturais da trama porém funciona como uma peça mais coesa - mesmo que nem sempre coerente. O suspense criado e a possibilidade de um vilão na sequência (confirmada na cena pós-créditos do longa) garantem um bom gancho e um certo interesse na história.

Grey (Dornan): passado misterioso é pouco explorado
Há um contexto pesado nas entrelinhas que não é explorado, deixando personagens complexo muitos rasos e debates interessantes relegados à especulação. As queimaduras e o trauma de Grey em ser tocado podem ter várias explicações, mas tudo fica em segundo plano quando ele e Anastasia estão juntos. Talvez para atender a um pedido dos fãs, há mais cenas eróticas (ainda que com bom gosto), porém elas também são confusas. Estou errada ou Anastasia fugiu de Grey no primeiro filme por não concordar com os métodos dele sentir prazer? Então, porque cargas d'água ela pede para ele castiga-la e leva-la para o Quarto Vermelho? E ele, não estava se esforçando para fazer as coisas do jeito dela? Então porque continua controlando cada passo e não aceitando "não" como resposta? Fica bem mal resolvida essa parte.

Leila (Heathcote): atuação fraca em momento crucial
Outro fator complicador: as interpretações fracas - especialmente dos protagonistas e de Bella Heathcote como Leila (ex-submissa de Christian) - tiram todo o impacto do momento decisivo. Uma pena. Kim Bassinger (quase irreconhecível) também tem uma participação pequena como Elena Lincoln, ex-namorada de Christian, e promete vir com mais veneno na continuação - situação interessante, tomara que aproveitem melhor a personagem. Quanto ao resto do elenco, a maioria faz o que pode nas poucas chances que tem para aparecer. Marcia Gay-Harden rouba a cena toda vez que aparece, mesmo sendo tão pouco.

Continuação promete mais suspense e menos romance
Se o saldo é positivo? Acho que sim. Nesse longa, ao menos há uma história, um enredo mais denso do que só o encontro do casal e as fantasias dos dois. A trilha sonora de Danny Elfman também está ótima (mas já vimos isso acontecer em Esquadrão Suicida...), além da bela fotografia de John Schwartzman. Para ser honesta, eu achei que o diretor James Foley conseguiu fazer uma bela laranjada com os limões que deixaram pra ele.

2 comentários:

Monica Augusta disse...

Fraco, raso e insosso! A história é até interessante mas a direção colocou tudo a se perder. O personagem de christian é conflituoso e rico em experiências traumáticas,mas o que eu vi foi um ator inexpressivo em um roteiro que abordou esses aspectos de maneira frívola e superficial. Não se aprofundou em temas como a experiência dele na infância e nem na relação abusiva com a amiga da própria mãe adotiva. Deixando Vácuos e sem respostas a várias questões. Uma criança que foi abusada sexualmente pelos amigos da mãe viciada? E em seguida se torna submisso sexualmente de uma mulher dominadora? entenderia Se fosse inversa essa situação.Até o romance entre os dois personagens protagonistas estava frio,mecânico e não passou nenhuma empatia. O anterior até foi razoável e causou até certa curiosidade para o desenrolar da trama. Mas esse foi decepcionante.

Geisy Almeida disse...

Olá, Mônica! Seja bem-vinda!

Eu não li os livros, mas acho que você leu - seu comentário só reforça a minha sensação de que muito do personagem ficou soterrado num filme que tentava priorizar um romance romântico tradicional. O que é estranho, porque eles não tem nada de tradicional!

Concordo que esse tenha sido decepcionante, principalmente por ter mostrado potencial pra ser melhor. Mas o primeiro, infelizmente, foi muito pior.


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